As composições inspiradas em estilos musicais diversos tendo como fundo os sons medievais, fazem dos Frei Fado D’el Rei (cujo nome advém da trilogia sacro, nobre e popular) um dos agrupamentos mais inovadores dos últimos anos. Conheça agora a sua história e quem são os elementos que o constituem.
Em Agosto de 1990, José Flávio Martins, baixista e principal compositor do grupo, dava vida ao projecto Frei Fado d’El Rei. Inicialmente a inspiração medieval adaptada a sons mais contemporâneos eram a imagem de marca do grupo. Com o tempo, as influências musicais foram expandido e elementos trazidos de estilos musicais tão diferentes como o fado, a música popular e o flamenco, tornaram a sua música mais rica e única.
No final de 1995, depois de um longo trabalho de maturação em que todos os pormenores foram alvo de cuidada atenção, editaram pela Sony Music o seu primeiro disco, intitulado Danças no tempo, tendo merecido os mais rasgados elogios da crítica e, em consequência, participado dos mais importantes programas de televisão. A responsabilidade da produção ficou a cargo de Quico, uma figura que se notabilizou no meio musical pela sua ligação a alguns projectos de maior qualidade e sucesso da chamada música moderna portuguesa, do jazz e fusão e também pelos seus trabalhos quer na composição de bandas sonoras para o cinema, quer na engenharia de som. A sua contribuição para o som final do disco tornou-se fundamental, não só a nível técnico como musical, tendo o seu trabalho como teclista consolidado definitivamente uma matriz já de si sólida e bem estruturada.
Desde a génese dos Frei Fado d’El Rei até à edição do seu primeiro registo de longa duração, passaram-se 5 anos de intenso trabalho, período imprescindível para se amadurecerem e consolidarem ideias tão preciosas e conceitos tão raros como os que o grupo apresenta. Durante esse período tocaram nos mais diversos locais, de norte a sul do país, conquistando, por onde passaram, um número invejável de admiradores, resultado da simpatia, empenho e profissionalismo que caracterizam os seus espectáculos. Marcantes na sua carreira, foram, sem dúvida, os concertos com o mestre Carlos Paredes (Salão Árabe do Palácio da Bolsa do Porto, Auditório Municipal de Vila do Conde e Centro Cultural de Portalegres), Madredeus (Cine-Teatro da Covilhã) e Jig (Rivoli – Teatro Municipal do Porto); um sem fim de apresentações em programas da TV; a participação, já em 94, em Filhos da Madrugada, o disco de homenagem a José Afonso, com o tema “Que amor não me engana”; e, finalmente, a série de concertos a integrar o programa dos “VI Encontros Musicais de tradição Europeia”.
Com um espectáculo clássico, mas com rasgos de modernidade, apostam em espaços não tradicionais para concertos (castelos, mosteiros, antigos teatros), não invalidando, todavia, a possiblidade de actuação em espaços mais convencionais. Ao vivo não há quem lhes fique indiferente, quer nos momentos mais íntimos, quer nos mais vibrantes, acabando invariavelmente com a assistência a dançar.
O Frei Fado d’El Rei é constituído por seis elementos. José Flávio Martins toca baixo acústico e é o principal compositor do grupo. Quico é o teclista. Ricardo Costa toca Guitarra Clássica e Mário Costa percurssão. Cristina Bacelar é a guitarrista clássica e Carla Lopes é quem dá voz às composições.